O processo para alcançar uma alimentação saudável esbarra em algumas dificuldades. A correria do dia a dia é uma delas e pode ser superada com organização. Existe um fator, porém, que tira a pessoa do controle em um primeiro momento: a alergia alimentar.
Geralmente é uma resposta do sistema imunológico a um alimento que o corpo não tolera e que pode trazer deficiências nutricionais. Segundo Priscila Farage, mestre em nutrição humana, a alergia ocorre quando o alimento provoca uma reação anormal. “O organismo reage contra certas proteínas que estão presentes nos alimentos. Nesse tipo de reação, o organismo erroneamente identifica aquela proteína, que é um nutriente natural do alimento, como sendo prejudicial. Entre as alergias alimentares, as mais comuns são a leite de vaca, soja, ovo, trigo, peixe, frutos do mar, amendoim e castanhas”, aponta a nutricionista.
A alergia pode se manifestar em qualquer fase da vida, porém ela é mais presente entre as crianças. “Existem algumas hipóteses para explicar a ocorrência das alergias, sendo a predisposição genética o fator mais associado ao seu desenvolvimento. Ou seja, filhos de pais alérgicos apresentam maior chance de desenvolver alergias”, explica Priscila.
“As manifestações da alergia alimentar são variadas. Existem sinais e sintomas digestivos, respiratórios, cutâneos e gerais que sugerem que o indivíduo possa ter alergia alimentar. Vômitos, refluxo, cólicas intensas, sensação de alimento parado na garganta, saciedade precoce, diarreia e constipação são algumas delas. Mas ainda temos coriza, obstrução nasal, chiado, dificuldade para respirar, tosse, urticária, dermatite atópica (ressecamento e descamação da pele), coceira, baixo ganho de peso (em crianças), anafilaxia. Os indícios são muitos e variados”, explica Priscila.
Esses sintomas podem aparecer tanto logo após a alimentação quanto horas depois. A recomendação é consultar um médico enquanto a reação alérgica estiver ocorrendo. Se não for possível, anote o que aconteceu e procure um clínico médico, um alergologista ou um gastroenterologista ou gastropediatra, no caso de crianças.
O único tratamento para alergia alimentar é a exclusão do alimento específico. “Existem alguns medicamentos que podem aliviar os sintomas no caso da ingestão acidental. Porém, os medicamentos não tratam a alergia e nem eliminam a necessidade de seguir a dieta isenta dos alimentos que causam a alergia no indivíduo. O nutricionista pode auxiliar no tratamento, por meio da prescrição da dieta e orientações relativas à substituição dos alimentos, prevenindo deficiências dos nutrientes. É muito importante que o paciente com alergia alimentar busque adequada orientação para se alimentar sem colocar em risco a saúde. Além disso, a leitura cuidadosa dos rótulos de alimentos é essencial para que não haja o consumo acidental de algum alimento alergênico”, ensina Priscila.
* Matéria produzida e publicada originalmente pelo portal oficial do Ministério da Saúde
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