Tem algum alimento que você não gosta? Provavelmente, sim. A maioria das pessoas elege um ou outro e passa a vida evitando, mas raramente a banana entra nessa lista de rejeitados. São pouquíssimas as pessoas com as quais tive contato que não são fãs da fruta. E não é só impressão pessoal, não. A banana é o quarto alimento vegetal mais produzido no mundo – só perde para o arroz, trigo e milho. Quando comparamos com outras frutas, fica em segundo lugar, com 11,4 quilos por habitante/ano, perdendo apenas para a laranja.
Por aqui, chegou com os portugueses, embora haja relatos de espécies nativas. A fruta se adaptou bem ao clima e ao solo – não é à toa que o País é o terceiro maior produtor de banana no mundo. E não para por aí: o brasileiro adora a fruta, nós consumimos cerca de 27 quilos de banana por ano, 16 a mais que a média mundial. Os principais tipos de bananas são as variedades maçã, ouro, prata e nanica – entre elas, existe sim certa variação nas quantidades de nutrientes, mas nada muito significativo.
De maneira geral, 1 unidade grande (136 g) fornece 121 kcal, 4 g de gordura, 31 g de carboidratos, dos quais 4 g de fibras. Fornece 25% das necessidades diárias de vitamina B6 e 14% das necessidades de potássio. “Nutri, é verdade que esse potássio da banana ajuda a evitar a câimbras?” Mais ou menos. Na verdade, durante a prática de atividade física, como corridas, não existem perdas significativas de potássio por meio do suor. Mas, por outro lado, a banana pode ajudar na prevenção de câimbras, mas muito mais por ser uma fonte de combustível para o músculo do que pela reposição do potássio.
A fruta tem um carboidrato excelente para o músculo esquelético, a frutose, que atua como fonte de energia rápida durante os treinos. Assim, sua ingestão melhora o desempenho dos esportistas. Mas nada de exageros: o excesso pode causar desconforto gástrico durante o exercício físico.
Além de fonte de energia, a banana também ajuda a melhorar o humor. A fruta estimula a produção de serotonina – neurotransmissor associado ao relaxamento. Isso porque o carboidrato da banana estimula o pâncreas a secretar insulina, hormônio sinalizador que faz tanto o carboidrato da fruta quanto os aminoácidos circulantes entrarem nas células. Porém, um aminoácido em particular permanece na corrente sanguínea: o triptofano, que é precursor da serotonina. Assim, banana não contém serotonina, mas estimula sua produção. Mas, cuidado, diabéticos e intolerantes à glicose: carboidratos que chegam muito rapidamente à corrente sanguínea, como os da banana, devem ser evitados, ou ao menos consumidos em conjunto com outros alimentos. É o mesmo caso do arroz branco e da batata inglesa cozida.
A dica é: combine esses alimentos com outros de digestão lenta, pois assim os carboidratos da refeição vão para a corrente sanguínea vagarosamente, dando tempo para o corpo removê-los. Misture a banana com quinoa em flocos, leite, iogurte natural, coalhada, castanhas ou semente de linhaça.
E banana verde: você já ouviu falar dos seus benefícios à saúde? Seu consumo é na forma de biomassa (polpa de banana verde cozida), substituindo batata em sopas, nhoques, massa de tortas, salgados e alguns doces, ou na forma de farinha (obtida da secagem natural ou artificial), que pode ser adicionada à farinha de trigo ou utilizada como incremento em sopas, mingaus, massas de panquecas, pães, entre outros.
Nessa forma, ela contribui para o aumento de amido resistente da dieta. Esse composto é considerado um alimento prebiótico com função semelhante à das fibras; ele também dificulta a absorção de gorduras e de glicose, sendo, portanto, indicado aos diabéticos, aos que têm colesterol alto ou sofrem de prisão de ventre. Há tanta possibilidade para a fruta. Permita que ela faça parte de suas preferências alimentares.
Fonte: O Popular.
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